A
FermentUM surge como uma spin-off da Universidade do Minho em 2011. Como
recorda a experiência de definir uma ideia, transformá-la em plano de negócios
e constituir uma empresa? A ideia já vinha a florescer
desde o periodo do estágio do Mestrado em Engenharia Biológica em 2008, onde
ambos os promotores tiveram projetos associados ao ramo cervejeiro. A ideia surgiu de uma forma natural, pois ambos os promotores possuiam saberes
técnicos e científicos para o desenvolvimento de cervejas diferenciadoras das
produzidas e consumidas até então no mercado nacional. No entanto, a ideia teve
de ser materializada num plano de negócios coerente e realista e para essa
etapa contámos com o apoio da TECMINHO onde frequentámos o curso de ideias de
negócio IDEALAB, que permitiu definir toda a estratégia de entrada no mercado.
Um plano de negócios realista e muito detalhado é fundamental antes de atacar o
mercado. Ainda enquanto frequentávamos o IDEALAB, começámos a produzir cervejas
à escala laboratorial no Departamento de Engenharia Biológica da Universidade
do Minho, que foi e é um parceiro igualmente fundamental para o desenvolvimento
deste projeto.
Neste processo qual
foi a importância do apoio atribuído pelo "ON.2 – O Novo Norte”? Este apoio
foi fundamental para a investigação e desenvolvimento de novas receitas, onde
melhoramos o processo produtivo e experimentámos diversas variáveis para
melhorar as receitas de cerveja artesanal. Experimentámos diversas variedades
de matéria-prima como o lúpulo ou maltes por forma a desenvolver cervejas
distintas e com elevada aceitação no mercado. Desta forma, este apoio foi um dos
alicerces principais do nosso projeto, pois permitiu construir toda a base do
projeto.
Dedicam-se à
produção de cerveja artesanal, um mercado emergente em Portugal. Como considera
que este setor poderá contribuir para a promoção de uma região? Cada
vez mais as populações dão importancia à sua região e ao que aí se produz de
bom. Nesta prespetiva, os nossos promotores são as pessoas da nossa região. No
caso da região do Minho foi, há cerca de 30 anos atrás, uma região com elevada
plantação e tratamento do lúpulo, uma planta que é matéria-prima de todas as
cervejas. Agora instalados em Vila Verde, reparamos que todas as pessoas tiveram
familiares que trabalharam nessas explorações de lúpulo, pelo que a tradição
cervejeira está implementada há varias gerações nesta região. Assim surge a marca
LETRA-Cerveja Artesanal Minhota, que se assume representante do Minho, a
própria marca está associada à região. Concluindo, com a sua implentação no
Minho a LETRA vai com certeza atrair turistas portugueses e estrangeiros ao seu
espaço de produção, trazendo riqueza e notoriedade à região.
Lançaram-se no
mercado em setembro com uma oferta de três cervejas "Letra” à venda: a "Letra
A”, a "Letra B” e a "Letra C”. O alfabeto vai crescer à medida da ampliação da
vossa fábrica? A estratégia dinâmica da marca tem como objetivo interagir com os consumidores
de forma didática. Quase como aprender a ler, a LETRA é para saborear letra a
letra. Todos os meses temos 4 cervejas base, a LETRA A (weiss-trigo), a LETRA B
(pilsner-loira) a LETRA C (stout-preta) e a LETRA D (red ale-ruíva), mas vamos produzir
também mensalmente cervejas especiais, mais intensas que as LETRA base, e à
medida que vamos produzindo essas receitas vamos adicionando LETRAS ao
abecedário, é essa a filosofia da LETRA. À medida que o mercado for aceitando
este produto e escoamento for aumentado, iremos certamente aumentar à
capacidade da fábrica.
|