A
HyperCube, empresa especializada em produções estereoscópicas 3D, distingue-se
por cobrir um nicho de mercado inovador e particular. Como é que surgiu esta
oportunidade de colmatar uma lacuna do mercado nacional? O 3D estereoscópico surgiu há cerca de 5 anos no cinema 3D e, sendo eu um curioso no
que toca a novas tecnologias para cinema e televisão e estando a estudar nessa
área, decidi fazer como projeto final de curso um trabalho de investigação sobre esta matéria. Realizei os primeiros testes com equipamento
adequado e os resultados obtidos foram surpreendentes. Sabendo que não existia,
em Portugal, nenhuma empresa dedicada exclusivamente à produção de conteúdos estereoscópicos
3D, decidi avançar com a HyperCube em janeiro de 2010.
Têm
explorado técnicas de captação de som 3D e uma solução que permita alterar o
rumo do filme em tempo real através de votação. Em que medida estas técnicas
inovadoras contribuem para a fidelização dos espectadores? A HyperCube está sempre
muito atenta às novas tendências no mercado audiovisual e
procura saber quais as tecnologias e metodologias que irão vingar no futuro
para estar devidamente preparada no momento em que as tecnologias se massificam. A
tendência natural no audiovisual é que o espectador faça cada vez mais parte da
ação. Por isso decidimos investigar duas áreas. Uma delas relacionada com o
Som Binaural 3D. Trata-se de uma tecnologia que permite ao espectador ter uma
imersividade sonora muito superior ao comum "Som Surround". No que
toca à interatividade através de votação, o objetivo é dar ao espectador a
possibilidade de poder decidir o "rumo" do filme. Existe também a
possibilidade de usar este conceito na publicidade das salas de cinema, em que
as pessoas interagem com os spots publicitários. Estamos a falar de um produto que pode ser rentável, através da criação de um modelo de
negócios baseado na disponibilização de publicidade interativa.
Em
que medida o apoio comunitário é representativo para a projeção da HyperCube? Para desenvolver estes
dois projectos estamos a contar com o apoio do Centro de Computação Gráfica da Universidade do Minho (Entidade do Sistema Científico e
Tecnológico). Paralelamente, o apoio
comunitário tem servido para tornar os projectos possíveis de se concretizarem. Aplicamos o cofinanciamento na criação de provas de conceito e protótipos que posteriormente serão
validados e testados em situações reais. Cada vez que os protótipos são
testados, são feitas melhorias significativas.
Tratando-se
de uma micro empresa, qual a expetativa de crescer no contexto atual? Os dois
projetos em desenvolvimento com o apoio comunitário têm como objetivo principal ajudar a
HyperCube a criar novos produtos e serviços que poderá disponibilizar aos seus
clientes e, acima de tudo, chegar a novos clientes em novos mercados, disponibilizando serviços diferenciadores e inovadores. O nosso mercado
não se limita ao nacional. Estamos muito voltados para o mercado global, pois pensamos em produtos escaláveis e exportáveis. Além destes projetos financiados, a HyperCube tem, ainda, a decorrer outras
iniciativas, tendo sempre presente o objetivo de se tornar uma referência mundial na
disponibilização de produtos e serviços baseados na tecnologia 3D. As áreas de
aposta são a área da saúde, através da produção de vídeos cirúrgicos em 3D,
usados essencialmente para formação e treino de cirurgiões (http://www.3dlivesurgery.com/), e o Turismo, em que estamos a lançar como produto inovador o Kit de Postais Turísticos em 3D. Consiste num kit de 12 postais da cidade
do Porto e de um par de óculos 3D, em que os turistas podem ver os locais mais
emblemáticos de uma região turística em 3D (http://www.3dpostcards.me/).
Marco Neiva, HyperCube
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