Este ano, a
criadora Katty Xiomara foi a única portuguesa a apresentar a sua coleção para a
próxima primavera/verão durante a Semana de Moda de Nova Iorque, nos Estados
Unidos. Como é que a marca conseguiu entrar num dos eventos com maior projeção
mundial? Entrar neste evento da semana
da Moda de Nova Iorque não é um acaso. Foi feito um trabalho procurando esta
oportunidade há mais de ano e meio. Esta presença insere-se na nossa estratégia
de internacionalização e faz parte das ações projetadas em 2011. Desde então
temos participado em várias feiras em território americano. Esta participação é
mais uma ferramenta para dar a conhecer a marca num contexto profissional e que
funciona como alavanca para o esforço realizado a nível comercial nas feiras e
nos showrooms.
Além de
Portugal, os países Estados Unidos, Espanha, Koweit e República Dominicana já
comercializam roupas de Katty Xiomara. Como é que o plano de
internacionalização da empresa seleciona os mercados externos e qual a
expetativa de evolução? É sabido que os
opinion-makers e os compradores gravitam entre as principais capitais da moda,
portanto a escolha é simples, encontrar um ou dois mercados chave que funcionem
como plataforma e iniciar as ações a longo prazo nos locais escolhidos, e
esperar que os resultados validem a nossa escolha. Tendo em conta o feedback
recebido na última feira, e na sequência desta apresentação em Nova Iorque, a
expectativa é grande. Mas este deve ser um trabalho com continuidade para que
nos ajude a refletir consistência. Só assim conseguiremos conquistar e
confirmar mercados exigentes. Os resultados dificilmente são refletidos a curto
prazo, é necessário persistência e paciência.
Em que
medida o apoio do ON.2 tem contribuído para esta internacionalização? Tem sido um apoio valioso,
pois tem-nos proporcionado a capacidade de combater em mercados exigentes.
Já é
possível avaliar os resultados da aposta em mercados externos? Ainda é cedo, tem que existir
continuidade. Gostaria de ver refletido este esforço já no primeiro semestre de
2014. Este projeto não se pode enquadrar num espaço temporal curto de um ou
dois anos, pois vendo bem as principais marcas internacionais tem feito um
investimento constante ao longo dos anos. A moda, para muitos, é efémera
e volátil, por isso os compradores estudam a marca durante 3 ou 4 temporadas e
só depois ponderam arriscar em investir nela. Dificilmente os compradores
efetuam encomendas numa primeira abordagem. São necessários, no mínimo, 6 messes
para criar uma coleção, que só gera receitas passados 4 ou 5. Apesar de as
tendências viajarem à velocidade da luz, os resultados do trabalho nesta área
são morosos.
José Manuel Silva, CEO da Katty Xiomara
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